
O deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), fez duras críticas ao aumento da carga tributária sobre o setor durante a segunda edição do Brasília Summit, nesta quarta-feira (11/6).
O encontro reúne empresários e parlamentares ligados ao agronegócio e ao setor imobiliário. Promovido pelo grupo Lide em parceria com o Correio Braziliense, o evento abre um diálogo para a construção de oportunidades para o futuro do Brasil.
Lupion destacou a relevância do agro na economia nacional, responsável por significativa parcela do PIB, empregos e superavit da balança comercial. Segundo ele, o Brasil tem um diferencial produtivo único no mundo com a agricultura tropical e capacidade de expansão sustentável sem desmatamento ilegal.
“Ninguém tem a responsabilidade e a capacidade produtiva que nós temos”, afirmou, ressaltando que o país pode triplicar a produção de alimentos nas próximas décadas apenas com investimento em tecnologia e pesquisa.
Durante sua fala, o parlamentar criticou ainda a intenção do governo federal de aumentar impostos como IOF e de alterar regras de instrumentos financeiros essenciais ao financiamento do setor, como as LCAs e LCIs.
“Quando falamos de aumento de carga tributária, falamos de fuga de investimento e queda no crescimento econômico”, disse. Lupion cobrou mais diálogo entre o Executivo e o Legislativo e defendeu que o equilíbrio fiscal se dê por meio da redução de gastos públicos e não pela penalização de quem produz.
Imposto Seletivo
O deputado também mencionou outros desafios enfrentados pelo setor, como o contrabando de tabaco e a falta de fiscalização de produtos como vapes, que segundo ele, impactam a arrecadação e favorecem a criminalidade. Ainda criticou o chamado “Imposto Seletivo” sobre bebidas alcoólicas e combustíveis e a ausência de punições efetivas a sonegadores. “O Brasil precisa arrecadar com qualidade, e não cobrando de quem gera emprego e oportunidades”, afirmou.
Por fim, Lupion defendeu segurança jurídica e estabilidade regulatória para o campo. Lamentou o atraso na regulamentação de imóveis em áreas de fronteira e alertou contra o que chamou de “interferência da política dentro da porteira”. Para ele, o agronegócio deve ser tratado como setor estratégico nacional. “O agro é a força motriz do país. Para crescer, o Brasil precisa parar de atrapalhar quem trabalha”, concluiu.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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